A pressão estava ali, nos gritos da torcida em um ginásio lotado em
Belo Horizonte. Desta vez, porém, nada de polêmica. No clássico mineiro,
a tensão ficou toda em quadra. Apesar da festa das arquibancadas, Minas
não conseguiu parar Wallace e o ataque do Cruzeiro. Vítima de insultos
racistas naquele mesmo local na fase de classificação, o oposto liderou a
equipe visitante durante toda a partida. Sem se intimidar, o Cruzeiro
dominou os rivais e fechou a série semifinal com implacáveis 3 sets a 0,
parciais 25/22, 25/23 e 25/15. Com o resultado, a equipe de Contagem
garantiu sua segunda final consecutiva na Superliga - foi vice ano
passado para o Sesi.
O Cruzeiro agora espera a definição da outra série semifinal. Após
vencer o primeiro jogo em Araçatuba, o Rio de Janeiro tem a vantagem,
enquanto o Vôlei Futuro tenta forçar o terceiro confronto. As duas
equipes voltam a se enfrentar neste domingo, às 10h, com transmissão da
TV Globo. A final está marcada para o dia 21/04, no Ginásio de São
Bernardo do Campo.
Destaque absoluto do Cruzeiro, Wallace comemorou a vaga na final.
Ressaltou a dificuldade que seu time enfrentou contra os rivais na fase
de classificação, quando perdeu as duas partidas, e parabenizou os
companheiros pela atuação nos playoffs.
- O pessoal já deve estar acostumando a me ver saltando assim (risos).
Foi (um resultado) importantíssimo. Perdemos as duas na fase
classificatória, mas sabíamos que nos playoffs era outra coisa. Fizemos
partidas duríssimas contra eles - disse o oposto, que marcou 16 pontos
no jogo e afirma não ter um rival preferido para a final.
Cruzeiro ignora pressão e sai na frente
Nos passes precisos de Marcelinho e na mão pesada do tcheco Filip, o
Minas começou melhor a partida. Queria forçar o terceiro jogo de
qualquer jeito. Em ataque para fora de Filipe, o Cruzeiro permitiu que
os donos da casa abrissem quatro pontos de vantagem. Só que os
visitantes não demoraram a tirar a diferença. Desta vez, Filip errou a
mão, e o placar já apontava 13 a 13, para desespero do técnico Marcelo
Mendez.
O Minas voltou a abrir uma pequena vantagem, mas o Cruzeiro foi buscar
novamente e decolou. O bloqueio começou a encaixar, as bolas de Filip já
não entravam com tanta frequência, e foi Wallace quem passou a brilhar.
No último ponto, Filipe mandou uma bomba, a bola explodiu em Henrique, e
o Cruzeiro fechou o primeiro set com autoridade: 25/22.
Filip voltou calibrado para o segundo set e soltou o braço logo na
primeira bola, abrindo a contagem. Com os ponteiros marcados, as duas
equipes passaram a explorar jogadas pelo meio. Primeiro, Douglas
Cordeiro apareceu livre e fez 7/6 para os visitantes. O Minas empatou na
sequência, com Otávio. Uma bola para fora de Marcelinho deu a vantagem
ao Cruzeiro, apesar da reclamação do time da casa.
Só que o jogo seguia equilibrado, e nenhum time se desgrudava no
placar. O bloqueio dos dois lados também passou a funcionar. Mas, depois
de um saque de Filip para fora, o Cruzeiro começou a se distanciar no
fim, abrindo 20/17. Em ótimo rali, porém, Otávio soltou o braço e
diminuiu a diferença, levantando a torcida da casa. Edinho passou a
arriscar no saque e, depois de erro de ataque de Maurício, a diferença
caiu para apenas um ponto. Mas a reação parou por ali. Após novo rali,
Filipe explorou bloqueio do Minas e fechou o set: 25/23.
Grande vantagem no terceiro set
William, em bela bola de segunda, abriu a contagem do Cruzeiro no
terceiro set. As reclamações dos dois lados também aumentaram. Depois de
ataque de Filip, a arbitragem viu toque no bloqueio do Cruzeiro, que
não existiu. O nervosismo tomou conta do time da casa, e o Cruzeiro
disparou. Em uma sequência de erros do Minas, os visitantes fizeram oito
pontos seguidos e abriram 12/3 no placar.
O Minas tentou a reação e chegou a diminuir a diferença para seis
pontos. Mas, àquela altura, mesmo em minoria, era a torcida do Cruzeiro
que cantava e provocava: “Eliminado, Eliminado”. Sem forças para voltar
ao jogo, os donos da casa apenas esperaram o fim. Alvo de insultos
racistas na fase de classificação naquele mesmo ginásio, Wallace
respondeu na bola. A cada ataque, aumentava a vantagem dos visitantes.
Mas coube a Filipe encerrar o jogo, ao explorar o bloqueio mais uma vez:
25/15. A festa foi toda dos visitantes.
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fonte: globoesporte.com
Foto: Douglas Magno/VIPCOMM
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