Depois de 23 anos Ricardo Teixeira renúncia a Presidência da CBF, é o fim de uma pagina na historia do futebol brasileiro recheada de denuncias e fraudes. É claro que essa noticia não poderia ser melhor o continuísmo não e bom e já não é de hoje que sua idoneidade já não passa nem na porta da sua casa. Agora só esperemos que as autoridades investiguem o porquê dessa mudança de ideia, já que a pouco ele foi eleito de forma estranha até o final da Copa do Mundo 2014 no Brasil. veja abaixo a matéria sobre essa praga do futebol brasileiro do site globoesporte.com.:
Ricardo Teixeira não é mais presidente da Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014
(COL). Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, na sede da entidade
no Rio de Janeiro, José Maria Marin - vice-presidente do Sudeste e
mandatário em exercício após a licença médica de Teixeira na última
semana - anunciou que o cartola renunciou aos cargos.
Marin leu uma carta de Teixeira em que o dirigente dizia: "Hoje, deixo
definitivamente a presidência da CBF". No texto, o ex-presidente anuncia
Marin, de 79 anos, como seu substituto na confederação. No COL, os
ex-jogadores Bebeto e Ronaldo fazem parte do conselho de administração.
Segundo Marin, ele também entrará no COL.
No comunicado, Teixeira deixou um "muito obrigado" à torcida
brasileira, lembrou os títulos conquistados pela Seleção desde sua
chegada em 1989 e considerou injustas as acusações que tem sofrido. "Fiz
nesses anos o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde", dizia o
texto. Na última sexta, o dirigente havia pedido licença médica. Na
véspera da Assembleia Geral da CBF, que foi realizada dia 29 de
fevereiro, ele passou mal durante uma reunião e teve que deixar a sede
da entidade com dificuldades de se locomover. Em setembro do ano
passado, Teixeira foi internado por dois dias no Rio de Janeiro devido à
diverticulite (processo inflamatório e infeccioso do divertículo -
bolsas circulares da parede do colón que têm ligação com o intestino
grosso).
Ex-genro de João Havelange, Teixeira assumiu a CBF em 16 de janeiro de
1989. Com ele no comando, a Seleção conquistou duas Copas do Mundo (1994
e 2002), três Copas das Confederações (1997, 2005 e 2009) e cinco Copas
Américas (1989, 1997, 1999, 2004 e 2007). O dirigente também criou a
Copa do Brasil (1989) e transformou o Campeonato Brasileiro em disputa
de pontos corridos, com turno e returno, a partir de 2003. Sua maior
vitória foi conquistada em 2007: liderou a candidatura do Brasil para
ser sede da Copa do Mundo de 2014 e, logo em seguida, tornou-se
presidente do Comitê Organizador Local (COL).
Antes do carnaval, alguns jornais e sites brasileiros passaram a
divulgar que Teixeira deixaria o poder em breve. A esposa e a filha mais
nova do dirigente viajaram para Miami, assim como o dirigente, o que
aumentou a especulação. As notícias sobre a possível saída de Teixeira
aumentaram com as denúncias da imprensa internacional sobre o
envolvimento dele em escândalos de corrupção da Fifa, onde é membro do
Comitê Executivo.
O nome de Teixeira foi envolvido em uma denúncia da TV inglesa BBC, que
apontou o dirigente como um dos que teriam recebido comissões da
agência de marketing ISL (extinta em 2001 por falência). Por causa
dessas relações, a ISL teria obtido lucrativos contratos de patrocínio e
de direitos de televisão com a Fifa. No Brasil, a Polícia Federal
chegou a instalar um inquérito para apurar a suposta lavagem de dinheiro
e evasão de divisas do presidente da CBF.
Desafeto de Teixeira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, prometeu em
outubro do ano passado que tornaria público os arquivos do "caso ISL".
Contudo, por questões legais, a promessa ainda não foi cumprida.
No Brasil, o dirigente também virou alvo de acusações sobre o
envolvimento com a empresa Ailanto, responsável pela organização do
amistoso em Brasília entre Brasil e Portugal em 2008 e que recebeu R$ 9
milhões do governo do Distrito Federal. A Polícia Civil da capital abriu
inquérito para investigar suposto desvio de dinheiro público. A Ailanto
tem como sócio o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, um dos
melhores amigos de Teixeira.
1947 – Nasce no dia 20 de junho, na cidade de Carlos Chagas, em Minas Gerais.
Anos 50 – Muda-se para o Rio de Janeiro, após ter sua criação iniciada
em Belo Horizonte. Estuda no colégio Santo Inácio. Defende a equipe de
vôlei do Botafogo.
Anos 60 – Ingressa na faculdade de Direito, que cursa até o quarto ano.
Passa a trabalhar no mercado financeiro. Conhece Lúcia Havelange, filha
de João Havelange.
Anos 70 – Casa com Lúcia Havelange, filha de João Havelange, ex-presidente da CBD e da Fifa. Tem três filhos com ela.
1989 – Em 16 de janeiro, é eleito presidente da CBF. Na disputa, vence
Nabi Abi Chedid, ex-deputado estadual e presidente da Federação Paulista
de Futebol. É o sucessor de Octávio Pinto Guimarães na entidade. Recebe
um órgão falido, às vésperas da disputa de uma Copa do Mundo. Com
Sebastião Lazaroni de técnico, ganha a Copa América. Nasce a Copa do
Brasil
1990 – Na tentativa de dar saúde financeira à CBF, investe em contrato
de patrocínio com a Pepsi e mantém a Topper, que vestiu a Seleção nas
Copa de 1982 e 1986. Vê nascer uma crise: em foto oficial, jogadores
tampam a marca da fábrica de refrigerantes. Na Copa do Mundo, Seleção
tem campanha medíocre: é eliminada pela Argentina nas oitavas de final.
1991 – Aposta em Paulo Roberto Falcão como treinador da Seleção.
Resultados não são bons, e Teixeira logo muda a escolha para Carlos
Alberto Parreira. Brasil fica na segunda colocação na Copa América.
1992 – Toma posse em segundo mandato na CBF.
1994 – Aposta de Teixeira em Parreira dá certo, e Brasil é campeão do
mundo nos Estados Unidos. Com cinco anos no comando da CBF, dirigente
faz futebol brasileiro quebrar jejum de 24 anos. No retorno da
delegação, se envolve em uma polêmica. É acusado de forçar a liberação
da mercadoria trazida do exterior sem pagamento de impostos, em avião
lotado de eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos. Nega que tenha
trazido três chopeiras na bagagem para um restaurante que possui no Rio
de Janeiro (o processo foi arquivado dezessete anos depois de iniciado).
1995 – Já com Zagallo de técnico, vê o Brasil ser vice-campeão da Copa América.
1997 – Separa-se de Lúcia Havelange. Automaticamente, vê a relação com o
pai dela interrompida. Tem relacionamento com a socialite Narcisa
Tamborideguy. Assina contrato de patrocínio com a Nike, que tinha como
diretor o atual presidente do Barcelona, Sandro Rossell. Afasta Ives
Mendes, então presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, acusado de
corrupção.
1998 – Volta a ver o Brasil em uma final de Copa do Mundo, mas desta
vez com derrota. Após convulsão de Ronaldo, Seleção leva 3 a 0 da
França. Vanderlei Luxemburgo é escolhido como novo treinador. Teixeira
tem trégua na relação com Zico, convidado para chefiar a delegação no
Mundial. Ao cavalgar, sofre acidente, passa por operação e recebe uma
placa de ferro na perna.
1999 – Aumenta o número de participantes da Copa do Brasil. Recebe
homenagem da CBF, mas sem a presença de Havelange, ainda distante dele.
Vê Brasil ser campeão da Copa América.
2000 – Treinado por Luxa, Brasil cai para Camarões nas Olimpíadas.
Treinador se envolve em polêmicas fora de campo e é demitido por
Teixeira. Aposta em Emerson Leão como sucessor.
2001 – É um dos alvos da CPI do Futebol, no Senado, e da CPI da Nike,
na Câmara dos Deputados. Aposta em Luiz Felipe Scolari como treinador da
Seleção. CPI do Senado pede indiciamento de Teixeira por evasão de
divisas, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e apropriação indébita.
Justiça abre processos, e dirigente é absolvido das acusações.
2002 – Brasil é campeão invicto da Copa do Mundo.
2003 – Campeonato Brasileiro passa a ser disputado em pontos corridos.
Carlos Alberto Parreira é confirmado como novo técnico da Seleção.
Brasil cai na primeira fase da Copa das Confederações. Teixeira casa com
Ana Carolina wigand, 30 anos mais jovem que ele.
2004 – Seleção Brasileira vai jogar no Haiti. Ação aproxima Ricardo
Teixeira de Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente da República.
Equipe nacional é campeã da Copa América, com vitória sobre a Argentina
nos pênaltis.
2005 – Campeonato Brasileiro vive escândalo na arbitragem, com 11 jogos
anulados após a descoberta de esquema de apostas envolvendo o árbitro
Edílson Pereira de Carvalho. CBF deixa situação a cargo do STJD.
Corinthians é campeão, e Inter ameaça levar o caso à Fifa, mas, nos
bastidores, é convencido a desistir. Seleção é campeã da Copa das
Confederações, goleando a Argentina na final.
2006 – Brasil fracassa na Copa do Mundo da Alemanha. Com atletas acima
do peso e festa da torcida na preparação em Wegis, na Suíça, sonho do
hexa termina nas quartas de final, com nova derrota para a França.
Carlos Alberto Parreira deixa o comando da equipe, e Teixeira aposta em
Dunga para mudar a imagem da Seleção.
2007 – Brasil é confirmado como país-sede da Copa do Mundo de 2014.
2009 – É acusado de envolvimento em irregularidades no amistoso entre
Brasil e Portugal, no Distrito Federal, um ano antes. A Ailanto, uma das
empresas envolvidas no evento, é acusada de superfaturamento. Ela
pertence a Sandro Rossell, o presidente do Barcelona, ex-diretor da Nike
e amigo pessoal de Teixeira. Seleção conquista a Copa das
Confederações.
2010 – Brasil cai para a Holanda nas quartas de final da Copa do Mundo
da África do Sul. Incomodado com a postura de Dunga, mais fechado do que
os treinadores anteriores, Teixeira decide mudar novamente o comando da
Seleção. Tenta Muricy Ramalho, que fica no Fluminense, e então aposta
em Mano Menezes. CBF reconhece títulos da Taça Brasil e do Robertão como
conquistas de mesmo peso do Campeonato Brasileiro.
2011 – Emissora britânica BBC acusa Ricardo Teixeira de receber propina
da ISL, empresa de marketing já falida. Dirigente rebate acusações.
Ronaldo Nazário é convidado para integrar o Comitê Organizador Local da
Copa de 2014 (COL), no qual Joana Havelange, filha do presidente da CBF,
é diretora-executiva. Teixeira é internado, como consequência de uma
diverticulite – inflamação no intestino grosso. Entrevista à revista
Piauí gera polêmica por causa de declarações sobre imprensa e desafetos.
Em dezembro, Joseph Blatter, presidente da Fifa, anuncia que o
brasileiro pediu licença do Comitê Executivo da Fifa e do COL.
2012 - Secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke viaja ao Brasil para
visitar algumas obras de 2014. Aldo Rebelo, ministro do Esporte, e
Ronaldo acompanham o francês, mas Teixeira não aparece. Esposa e filha
se mudam para Miami e parte da imprensa passa a noticiar sua saída da
CBF.
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fonte:globoesporte.com
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